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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Luteranos, protestantes e a Virgem Maria

Um grupo de teólogos luteranos da Alemanha publicou um texto intitulado Manifesto de Dresden, na revista “Spiritus Domini”, onde questionam a atitude dos “cristãos evangélicos” que ignoram os milagres que acontecem em locais marianos, como Lourdes e Fátima, e por isso, acabam ignorando a própria Virgem Maria.

O documento pergunta: “Por que um cristão evangélico pode ter o direito de ignorar tais realidades, pelo fato de se apresentarem na Igreja Católica e não na sua comunidade religiosa? Tais fatos não deveriam, ao contrário, levar-nos a restaurar a figura da Mãe de Deus na Igreja Evangélica?”.

O Texto luterano afirma que as curas em santuários marianos devem receber credibilidade, pois “sabemos, ou deveríamos saber, que as curas de Lourdes e Fátima são examinadas com elevado rigor científico por médicos católicos e não-católicos”.

O manifesto afirma que “seria o cúmulo da tolice ignorarmos a voz de Deus, que fala ao mundo pela mediação de Maria, e dar-lhes as costas unicamente porque Ele faz ouvir sua voz através da Igreja Católica”.

Segundo o manifesto, umas das causas do esquecimento de Maria pelas outras religiões foi a Guerra dos 30 anos (século XVII, entre luteranos e católicos) e na época dos livres pensadores da metade do século XVIII, que, “sufocando no coração dos evangélicos o culto da Virgem, destruíram os sentimentos mais delicados da piedade cristã”.

O Manifesto de Dresden lembra que “Lutero honrou Maria até o fim de sua vida; santificava suas festas e cantava diariamente o Magnificat”.

Mas como causa principal do esquecimento, e até mesmo de certo repudio de Maria, o manifesto afirma que “o temor de diminuir a glória de Jesus foi a causa de que as Igrejas Evangélicas negassem à Maria a veneração e os louvores devidos”.

O texto conclui o tema ao combater esse “temor”, argumentando que “através da justa veneração que aos apóstolos e a ela corresponde, multiplica-se a glória e o louvor ao Senhor, porque foi Ele que a elegeu (e a fez) pela Sua Graça um instrumento seu. Jesus espera que veneremos Maria e a amemos”. (Folha de SP, da Redação, 27 julho 2007)

Graças a Deus os luteranos superaram o erro da maioria dos protestantes que pensam que os católicos prestam um culto de adoração (latria) à Virgem Maria, quando na verdade é um culto de veneração apenas (dulia); e que este culto não põe Jesus nas sombras, ao contrário o enaltece, uma vez que a Virgem sua Mãe é santa e Imaculada por graça do seu Filho.

São Paulo ensina que “há um só medianeiro entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se deu a Si mesmo em redenção por todos” (1Tm 2,5-6); e com isso o Apóstolo mostra que nenhuma outra pessoa tem em si mesma autoridade própria, nem merecimentos próprios, para se apresentar diante de Deus como medianeira dos homens. Mas essa mediação única e necessária de Jesus, suficiente e absoluta, não exclui outros medianeiros dependentes de Cristo.

Ensina o ‘Doutor Angélico’ (S. Tomás) que nada se opõe a que também outros se designem medianeiros entre Deus e os homens, enquanto como ministros e instrumentos cooperam na união dos homens com Deus, como os anjos e santos do céu, os profetas e sacerdotes de ambos os testemunhos. Esta dignidade gloriosa cabe em ponto mais elevado à Santíssima Virgem.

Também o Concílio Vaticano II nos ensina que “um só é o nosso Mediador… Todavia a materna missão de Maria a favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui essa mediação única de Cristo, mas até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem a favor dos homens não se origina de alguma necessidade interna mas do divino beneplácito. Flui dos superabundantes méritos de Cristo, repousa em Sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a força. De modo algum impede, mas até favorece a união imediata dos fiéis com Cristo” (Lúmen Gentium, 60).

E o mesmo Concílio fala com toda sua autoridade:“A Igreja não hesita em proclamar esse múnus subordinado de Maria. Pois sempre de novo o experimenta e recomenda-o aos fiéis para que, encorajados por essa maternal proteção, mais intimamente adiram ao Mediador e Salvador” (LG n. 62).

Fonte: Blog Prof. Felipe Aquino - publicado em 7 de agosto de 2007

Citações protestantes sobre a Virgem Maria

Lutero disse: “Ela Maria nos ensina como devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem pro­curar nele o nosso interesse… Eis um modo elevado, puro e nobre de louvar: é bem próprio de um espírito alto e nobre corno o da Virgem. ” (“Maria Mãe dos homens”, Edições Paulinas, SP, p. 561).

"O que são as servas, os servos, os senhores, as mulheres, os príncipes, os reis, os monarcas da terra, em comparação com a Virgem Maria, que, além de ter nascido de uma estirpe real, é também Mãe de Deus, a mulher mais importante da Terra? No meio de toda a Cristandade ela é a jóia mais preciosa depois de Cristo, a qual nunca pode ser suficientemente exaltada; a imperatriz e rainha mais digna, elevada acima de toda nobreza, sabedoria e santidade”.
(Lutero - Livro “Maria – Der Weg der Mutter des Herrn” - M. Basiléia)

“Por justiça teria sido necessário encomendar-lhe um carro de outro e conduzi-la com 4000 cavalos, tocando a trombeta diante da carruagem, anunciando: “Aqui viaja a mulher bendita entre todas as mulheres, a soberana de todo o gênero humano”. Mas tudo isso foi silenciado; a pobre jovenzinha segue a pé, por um caminho tão longo, e apesar disso, é de fato a Mãe de Deus. Por isso não nos deveríamos admirar, se todos os montes tivessem pulado e dançado de alegria”.
João Calvino 
(Lutero - Livro “Maria – Der Weg der Mutter des Herrn” - M. Basiléia)

Calvino disse: “Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus.” (Comm. Sur l’Harm. Evang.,20)


John Wesley, fundador da Igreja metodista na Inglaterra, em 1739, disse: “Creio que Jesus foi feito homem, unindo a natureza humana à divina em uma só pessoa; sendo concebido pela obra singular do Espírito Santo, nascido da abençoada Virgem Maria que, tanto antes como depois de dá-lo à luz, continuou virgem pura e imaculada.”

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